Delegados do metrô convocaram uma nova greve dos metroviários para esta segunda-feira, dia 4, devido à "crise sanitária" no setor.


O Sindicato dos Trabalhadores do Metrô e Pré-metrô (AGTSyP-Metrodelegados) anunciou uma greve em todas as linhas do metrô para a próxima segunda-feira, dia 4, entre 13h e 15h. Os dirigentes do sindicato iniciaram a greve após a morte de um trabalhador da Linha D por câncer de pulmão, que se acredita estar ligado à exposição ao amianto.
"Walter Berhovet estava na lista de 114 trabalhadores afetados pelo amianto reconhecida pela Superintendência de Riscos Ocupacionais ", afirmou a Metrodelegados em um comunicado. "A morte do nosso colega nos enche de tristeza e indignação, pois poderia ter sido evitada: o amianto é proibido na Argentina desde 2003, apesar disso, durante muitos anos trabalhamos nas estações sem sermos informados da presença desse material ", denunciaram.
OUTRA MORTE POR AMIANTO NO METRÔ Nós da AGTSyP lamentamos anunciar que na segunda-feira, 4 de agosto, tomaremos medidas de autodefesa que consistem na interrupção do serviço em todas as linhas de metrô e pré-metrô entre 13h e 15h.
Walter Berhovet… pic.twitter.com/MSuzH9uKwC
O sindicato afirmou que a empresa e suas autoridades "negaram isso até que fosse comprovado que os trens CAF 5000 continham o material cancerígeno usado como isolante, além de estar presente em outras frotas e instalações". Nesse sentido, instaram as autoridades a "garantir com urgência a substituição das unidades que contêm amianto e acelerar os esforços de descontaminação", além de solicitar que os trabalhadores e aposentados sejam incorporados à Vigilância Médica.
"Esta é a quinta vez que lamentamos a morte de um colega devido à exposição ao amianto. Não queremos continuar lamentando mortes evitáveis; ninguém deve perder a vida por causa do seu trabalho", enfatizaram. Apesar das declarações do sindicato, a empresa se distanciou da morte de Berhovet e afirmou que ela se deveu a "condições preexistentes".
"Na Emova, lamentamos o falecimento de Walter Berhovet, que trabalhava como motorista especializado na Linha D do Metrô, e apresentamos nossas condolências à sua família e amigos", afirmou a empresa em um comunicado. O comunicado também indicou que o motorista " foi hospitalizado devido a um quadro clínico associado a uma condição médica preexistente, com evolução complexa e sem evidências clínicas conclusivas até o momento que nos permitam estabelecer uma relação direta entre seu estado de saúde e seu histórico profissional ".
O sindicato revelou que mais de 110 trabalhadores já foram diagnosticados com condições relacionadas ao material tóxico, criando "uma verdadeira crise sanitária subterrânea". Enquanto a greve durará das 13h às 15h, as oficinas de Polvorín, Lacarra, Canning e Constitución interromperão suas atividades das 10h às 12h.
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